A Sociedade Rural Brasileira manifestou preocupação com a recente decisão do governo argentino de bloquear as exportações de carne bovina. A presidente da SRB Teresa Vendramini, que também lidera a FARM, Federação das Associações Rurais do Mercosul Ampliado, assinou um manifesto, junto com dez entidades de seis países em repúdio a medida adotada pelo país vizinho ao Brasil. O assunto foi discutido em reunião virtualda FARM realizada na quarta-feira, 19 de maio.

O documento destaca que as entidades são totalmente contrárias a medidas que ameacem o livre comércio, o que trará graves consequências negativas na cadeia agroindustrial da pecuária de corte, gerando instabilidade e incerteza. A FARM afirma que, desta forma, o governo está paralisando uma atividade que gera desenvolvimento e que beneficia outros setores da economia, principalmente no meio rural, nos municípios e cidades do interior.

“Nós defendemos acima de tudo a livre iniciativa e o livre comércio, são bases para o desenvolvimento sustentável, aquele que garante emprego e renda para a população”, afirmou Vendramini.

As entidades lembram também que, para conquistar espaço no mercado internacional, o setor privado e os governos dedicam muitos esforços ao longo de muitos anos, o que acaba sendo perdido a partir de uma medida como esta.

A Argentina anunciou na última segunda-feira, 17 de maio, a suspensão das vendas de carne ao exterior por 30 dias. O governo alegou que neste período pretende definir medidas de emergência para frear o aumento do preço do produto no mercado interno.

O manifesto liderado pela FARM alerta ainda que o prolongamento desta medida para os 30 dias estabelecidos irá gerar uma grave distorção nos mercados com consequências negativas no abastecimento interno da própria população, acompanhada por um processo marcante de desinvestimento, queda na produção e finalmente perda de pessoal qualificado emprego. “Diante dessa situação crítica, confirmamos que o caminho a seguir é único: a geração de riquezas a partir do crescimento da produção e do comércio, para a qual é condição essencial gerar condições de negócios estáveis, com regras claras e que se mantenham em. o tempo”, finaliza a nota.