A agropecuária, setor que garante emprego e renda para 19 milhões de brasileiros, tem sido alvo de conteúdos falsos em apostilas escolares.  Trabalho escravo, morte de indígenas e desmatamento ilegal são alguns dos crimes que livros didáticos estão vinculando ao agronegócio.

A situação revoltou mães e pais de alunos que trabalham na atividade agropecuária e deu origem ao movimento chamado “De olho no material escolar”. A Sociedade Rural Brasileira decidiu apoiar esta causa e vai dar suporte aos integrantes do movimento que vem procurando autoridades e empresários para reforçar os dados atuais sobre o setor.

“A agropecuária brasileira é retratada nestes livros com uma visão distorcida, que remete ao período colonial”, diz uma das idealizadoras do movimento, a produtora rural Letícia Zamperlini Jacintho. Ela conta que ficou surpresa ao ver a apostila que era usada pelos filhos: o texto afirmava que o avanço da soja no centro-oeste foi o responsável pela mortalidade infantil entre os índios. Segundo ela, os alunos eram convidados a se colocar no lugar dos indígenas e refletir sobre os malefícios causados a eles pela atividade agropecuária.

“Ainda há muita desinformação”, diz a presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teresa Vendramini. O agronegócio brasileiro evoluiu muito nas últimas décadas, hoje temos a Legislação Ambiental mais rigorosa do mundo e somente através do diálogo vamos sensibilizar empresários e educadores sobre os dados reais do nosso setor.

“A educação deve ser uma prioridade para toda a comunidade, inclusive a do campo. Por isso, não podemos permitir a formação de uma sociedade que não conhece o seu verdadeiro passado e presente”, destaca Teresa Vendramini, presidente da SRB. “ É preciso respeitar a história do nosso país da forma como ela realmente aconteceu. O agronegócio não é um vilão e sim, a mais moderna forma de geração de paz entre as nações. Alimentar o homem é fazer paz”, afirma a dirigente, que se coloca também na posição de mãe e avó.

O movimento “De olho no material escolar” já conta com o apoio de mais de 1.200  pais e mães de alunos nas mais diferentes regiões do Brasil. Uma carta com exemplos de informações tendenciosas e inverídicas que aparecem nas apostilas foi entregue a dirigentes de grandes grupos educacionais como o Somos Educação. De acordo com o movimento, as informações parciais e negativas sobre o setor também foram identificadas em pelo menos mais seis empresas do setor da educação.

O grupo se reuniu em Brasília com representantes da FPA, Frente Parlamentar da Agropecuária, que prometeu endereçar o tema aos ministérios da Educação e da Agricultura. Lideranças do agronegócio, como o ex-ministro Roberto Rodrigues, e o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo também vem manifestando apoio a causa das mães e pais.

O objetivo agora é sensibilizar empresários e políticos em relação ao tema. O movimento defende atualização das apostilas, com fatos e dados, e a inclusão de conteúdos que demonstrem as boas práticas do agro brasileiro, diferenciando criminosos de produtores rurais.

Quem quiser acompanhar o movimento, basta seguir no Instagram o perfil “De olho no material escolar”. Para ver a carta elaborada pelo grupo, com exemplos do conteúdo das apostilas, clique aqui.