Entidade compartilha posição do Ministro Blairo Maggi de que os compromissos assumidos com relação a sustentabilidade devam ser reconhecidos como um ativo de nosso país e contribuam para as negociações comerciais e investimentos estrangeiros

A Sociedade Rural Brasileira propõe que o agronegócio brasileiro seja reconhecido como uma solução para questões climáticas. A posição vai de encontro com a fala do Ministro da Agricultura Blairo Maggi durante painel sobre desafios globais do comércio agroalimentar na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 22), que acontece até sexta-feira (18). Durante o evento, que acontece em Marrakesh, no Marrocos, Maggi destacou as contribuições do setor na redução das emissões de carbono. Entre elas, estão a implantação do Código Florestal com a restauração de 12 milhões de hectares de florestas plantadas e a intensificação de pastagens degradadas em 15 milhões de hectares. Além disso, deve-se destacar o compromisso dos produtores rurais com a Contribuição Nacionalmente Determinada (intended Nationally Determined Contribution – iNDC), ratificada no ano passado, na COP 21, em Paris.

“É barato manter nossas reservas legais quando elas estão afastadas de centros produtores. No entanto, quando você está no meio de uma zona altamente produtora, com infraestrutura montada e precisa deixar um percentual para preservação, fica mais difícil. Nesse caso, o custo é muito alto. Precisamos pensar em uma contrapartida financeira, do contrário, não há como avançar, porque as contas não fecham”, pontuou Maggi.

Para a SRB, que também participa da COP, tanto o Brasil como o produtor rural não podem arcar sozinhos com os custos de adequação de seu agronegócio às exigências ambientais e climáticas impostas pelas principais potências internacionais. Para tal, a entidade acredita que é fundamental o acesso aos mercados nacionais e se apresentar como uma solução sustentável, especialmente na questão alimentar. “O desafio da entidade é que os esforços nacionais assumidos com a aprovação do Código Florestal, da adoção de tecnologias intensivas e de boas práticas agrícolas sejam reconhecidos como ativos de nosso país”, explicou João Francisco Adrien, diretor da SRB que foi pessoalmente a Marrkesh para acompanhar as principais negociações.