História
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) foi fundada em maio de 1919, por iniciativa do agrimensor e industrial Eduardo da Fonseca Cotching, filho de um cientista inglês enviado ao Brasil pela rainha Vitória. Na época, o Brasil vivia um período de prosperidade incomum devido à demanda europeia por produtos primários, após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Produzido principalmente em São Paulo, o café era o produto mais importante da pauta de exportações brasileira, representando 75% dos embarques, seguido pela pecuária leiteira de Minas Gerais. A liderança política nacional alternava-se, portanto, entre paulistas e mineiros, no que ficou conhecido, durante a República Velha (1889-1930), como política do café-com-leite.
A convite de Cotching, com apoio do banqueiro Conde de Prates, a organização da SRB reuniu 50 sócio-fundadores, que assinaram a primeira ata da entidade no antigo Automóvel Club, localizado na rua Libero Badaró. Inspirada por associações similares da França, da Inglaterra e, sobretudo, pela Sociedad Rural Argentina, a SRB foi criada com o propósito de idealizar o agronegócio brasileiro, reunindo produtores e agroindustriais em uma única instituição. Até então, como representante do setor, havia apenas a extinta Sociedade Paulista de Agricultura, formada exclusivamente por lavradores. A nova sociedade surgiu para dar voz a desenvolvimentistas que pretendiam impulsionar as indústrias ligadas ao campo, agregando valor ao setor rural brasileiro.
Com a intenção declarada de contribuir para o progresso do Estado de São Paulo e do Brasil, Cotching se dizia “impressionado pelo ardente desejo de ver um dia a indústria agropecuária no Brasil tornar-se realidade”. Apesar da prosperidade econômica possibilitada pelas exportações de café, havia certa apreensão entre cafeicultores paulistas no ano de fundação da SRB. A economia cafeeira temia um monopólio estatal defendido por importadores de Havre, onde fica o maior porto da França. “Hoje, os preços são apenas o nosso custo de produção”, lamentava o produtor Ferreira Ramos na edição de 11 de abril de 1919 do jornal O Estado de São Paulo, um mês antes da criação da SRB.
Em maio daquele ano, foi elaborado o estatuto da entidade e elegeu-se a primeira diretoria, com Eduardo da Silva Prates, nomeado Conde de Prates pelo Papa Leão XIII, na presidência. A primeira ata registrada pela nova intelligentsia do agronegócio brasileiro era assinada, no dia 20 daquele mês, por seus 50 sócios-fundadores:
“…reuniram-se para tomar conhecimento da organização de uma Sociedade Rural, sediada nesta capital, com o fim de fomentar o desenvolvimento da pecuária, da agricultura e de todas as indústrias derivadas destas; prestigiar toda a iniciativa que possa favorecer o aperfeiçoamento da criação das diferentes espécies que possam aumentar a riqueza nacional; fundando uma sede onde os senhores poderão se reunir…”
Em pouco tempo, a Rural, como passou a ser chamada pelos seus membros, se tornou referência nos principais debates ligados ao campo, sendo elogiada por figuras célebres como o Marechal Rondon. Numa visita à entidade, o economista Hannibal Porto, membro da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), fundada em 1897 no Rio de Janeiro, ressaltou o “grande progresso” que a nova instituição estava promovendo na cafeicultura e na pecuária. “A Sociedade Rural Brasileira é a mais eloquente afirmação do quanto podem a vontade e a energia dos brasileiros, cuja fé no futuro de sua terra não se apaga e jamais se apagará porque tudo conduz para a glória”, comentou.
Liderança
A trajetória da SRB é marcada pela disposição ao debate e à alternância de poder. Em quase cem anos, a entidade acumulou um histórico significativo de conhecimento e representatividade. Tornou-se, assim, um celeiro de líderes que contribuíram para a pluralidade de ideias e o desenvolvimento planejado do setor. Sete dos seus ex-presidentes e três antigos diretores foram secretários da Agricultura paulista; três ex-presidentes se tornaram ministros da Agricultura; e ainda um ex-diretor ocupou o cargo de ministro da Fazenda.
Dos quadros da SRB emergiram nomes como Pedro Camargo Neto (presidente da SRB entre 1990 e 1993, depois presidente Abipecs e secretário do Ministério da Agricultura), Roberto Rodrigues (1994 e 1996, depois ministro da Agricultura) e João de Almeida Sampaio Filho (2003 a 2008, eleito duas vezes para o posto, depois secretário paulista da Agricultura).
“O escritor britânico H.G. Wells disse que ‘a história do mundo é, essencialmente, a história das ideias’. No caso da Sociedade Rural Brasileira, as ideias divergentes ou convergentes construíram sua história e forneceram os instrumentos necessários na elaboração do pensamento coletivo e deram-lhe o espírito empreendedor de luta para estar presente em todas as fases da nossa agropecuária”.
Protagonismo
No século 19, o Brasil era um país basicamente agroexportador, sem indústrias, com a exploração de ouro estagnada e a economia voltada para a produção de açúcar, algodão e arroz. O mundo estava no rescaldo da Revolução Francesa e da Guerra de Secessão nos Estados Unidos, e a insegurança no território brasileiro era tamanha, devido a vagas noções de propriedade, que poucos empreendimentos prosperavam no País. Nesse período, destacaram-se alguns incentivos às indústrias têxtil e siderúrgica e investimentos do Barão de Mauá, dentre os quais a implantação de uma ferrovia destinada à exportação de café.
Com base na economia cafeeira, São Paulo pôde finalmente acelerar o processo de industrialização e urbanização na passagem para o século 20, quando a atividade agropecuária representava 45% do PIB nacional. A virada de século foi marcada por imigração, investimentos estrangeiros e proteção alfandegária no sudeste do País. Quando a SRB foi fundada, São Paulo já superava a capital federal de então, o Rio de Janeiro, em atividade econômica. Ao mesmo tempo que sustentava a balança comercial, o café exportado pelos paulistas facilitava a importação de insumos para o desenvolvimento da indústria.
Comunicação
Já no ano seguinte à criação da SRB, a entidade começou a circular um informativo mensal chamado Annaes da Sociedade Rural Brasileira, que divulgava atas, artigos científicos, registros de feiras e eventos, posicionamentos em defesa da atividade rural, cotações internacionais de produtos agropecuários e relatórios de importações. A comunicação de assuntos relevantes para o setor foi, desde o início, um dos fundamentos da sociedade, que tinha o jornalista Júlio de Mesquita Filho, herdeiro do jornal O Estado de São Paulo, entre seus fundadores.
Nos Annaes eram publicadas notas técnicas a respeito de pragas e doenças, por exemplo, e análises econômicas sobre as principais culturas agrícolas, como no artigo “A posição do café nos mercados mundiais”, de 1920, assinado por Paulo Pestana:
“A situação mundial do café mostra-se bastante favorável neste momento para os países produtores, especialmente para o Estado de São Paulo. Muito reduzida pelas geadas de 1918 em São Paulo, a produção ficou com notáveis déficits nos últimos anos. O consumo em todo o mundo, no entanto, aumentou consideravelmente, em virtude da ativa procura por parte dos países consumidores, que estavam quase desprovidos de mercadorias”.
Os cafeicultores tinham à disposição, nos Annaes, todos os números da cafeicultura da época: cotações, estoques e balizadores de preço internacionais. A publicação também servia a pecuaristas com relatórios sobre a importação de carnes da Argentina, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai e Inglaterra. De Pernambuco, vinham os relatórios sobre o mercado do açúcar, numa época em que as informações levavam dias, semanas ou até meses para chegar ao público interessado.
Em 1922, a diretoria da SRB transformou os Annaes em Revista da Sociedade Rural Brasileira, também mensal, com um projeto gráfico mais sofisticado. O impacto do veículo foi tamanho, com reportagens variadas sobre o campo, que o presidente Getúlio Vargas ordenaria, em 1941, a mudança do seu título para Revista da Sociedade Rural — censura que permaneceria até 1946. Anos mais tarde, a revista seria renomeada como A Rural (1955). Posteriormente, perdeu força com o advento da internet e passou a circular como um informativo mais simples até o início da década atual.
A RURAL AO LONGO DOS ANOS
1920-1960
No século 19, o Brasil era um país basicamente agroexportador, sem indústrias, com a exploração de ouro estagnada e a economia voltada para a produção de açúcar, algodão e arroz. O mundo estava no rescaldo da Revolução Francesa e da Guerra de Secessão nos Estados Unidos, e a insegurança no território brasileiro era tamanha, devido a vagas noções de propriedade, que poucos empreendimentos prosperavam no País. Nesse período, destacaram-se alguns incentivos às indústrias têxtil e siderúrgica e investimentos do Barão de Mauá, dentre os quais a implantação de uma ferrovia destinada à exportação de café.
Com base na economia cafeeira, São Paulo pôde finalmente acelerar o processo de industrialização e urbanização na passagem para o século 20, quando a atividade agropecuária representava 45% do PIB nacional. A virada de século foi marcada por imigração, investimentos estrangeiros e proteção alfandegária no sudeste do País. Quando a SRB foi fundada, São Paulo já superava a capital federal de então, o Rio de Janeiro, em atividade econômica. Ao mesmo tempo que sustentava a balança comercial, o café exportado pelos paulistas facilitava a importação de insumos para o desenvolvimento da indústria.
“O futuro do Brasil está no desenvolvimento das nossas indústrias agrícolas. Grande parte da população rural carece de conhecimentos vários que a riqueza e o progresso da Nação exigem. É na escola popular que devem nascer a tradição agrícola e o prestígio do trabalho na roça”.
Por influência da Rural, diversos departamentos, institutos e conselhos ligados à atividade rural, por segmento (avicultura, pecuária, cafeicultura), foram criados. Nos anos 1940, a economia brasileira passava por profundas mudanças, e o então presidente da entidade, Antônio de Queiroz Telles, fundou o Departamento de Economia Rural, que tratou, logo em sua primeira reunião, da organização do crédito agrícola. No final daquela década, a entidade trouxe para seus quadros a bandeira do cooperativismo, com a criação de um departamento específico e a oferta de um curso para produtores interessados em cooperar.
No aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro de 1951, a Rural anunciou a compra de uma sede própria, no Vale do Anhangabaú (Rua Formosa), onde funciona até hoje.
Os anos 1950 foram marcados pela alta valorização do custo da alimentação em São Paulo: 42% em uma década. Nos anos seguintes (1960), o subemprego urbano e a modernização industrial restringiriam ainda mais o poder de compra no mercado interno. A criação de órgãos para o controle de preço e garantias de abastecimento era inevitável. Diante da situação econômica, a Rural passou a fazer propostas para estimular o aumento da produtividade agrícola, em meio às discussões da questão agrária. Em julho de 1960, organizou a Semana da Reforma Agrária, na qual foram propostas revisões de impostos territoriais, medidas para a fixação do homem no campo e a promoção do aproveitamento de terras abandonadas.
“Não se deve apenas pensar na redução das áreas inaproveitadas (sic), como prevê o governo, mas sim procurar alcançar o máximo de produtividade destas grandes áreas, aproveitando qualquer área sem distinção de pequena, média ou grande”.
1970-2008
Nos anos 1970, o setor agropecuário respondia por 15% do PIB brasileiro, enquanto a riqueza produzida pela indústria nacional ultrapassava 30%. Embora esse tenha sido o período em que a industrialização do País atingiu seu auge, a pobreza atingia quase 70% da população, e as discussões sobre como resolver a questão do abastecimento atacando-a pela raiz (aumentando a produção a preços acessíveis para a população) ganhou espaço nos meios políticos e acadêmicos. No mercado internacional, o mercado de petróleo sofria um choque e o de agricultura passava por um boom.
A excessiva demanda sobre a agricultura e o alto custo da alimentação no mercado interno favoreceram a Revolução Verde, com forte atuação da Rural, no Brasil. O movimento, que havia começado nos Estados Unidos nos anos 1950, propunha a mecanização das lavouras e o uso intensivo de agroquímicos para ampliar a oferta de alimentos. A política agrícola mudou, voltando-se para a produção dos maiores volumes nos menores espaços possíveis, e a soja se tornou o principal produto do agronegócio.
O presidente da Rural, no período, era Roberto Rezende Junqueira, que teve o seu mandato associado ao Milagre Econômico e ao modelo de crescimento agrícola-exportador proposto pelo então ministro da Fazenda, Delfim Netto. A estratégia do País para o setor era “centrar-se, a curto e médio prazo, no aumento e exportação simultânea da produção agrícola”, contando com uma série de isenções fiscais e uma farta disponibilidade de crédito, a juros favorecidos, para investimentos em maquinário e na lavoura.
Na gestão de Sálvio Pacheco de Almeida Prado, entre 1972 em 1978, a SRB apoia a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a reformulação da extensão rural no Brasil, proposta pelo ministro da Agricultura Allysson Paulinelli, com a criação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Em 1976, impulsionado pela crise do petróleo, o governo cria o Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool). No mesmo período, a SRB participa ativamente das discussões mais urgentes do setor, como o endividamento excessivo e a incapacidade de responder simultaneamente às necessidades dos mercados interno e externo.
A década seguinte é marcada por arrochos salariais, recessão e ajuste fiscal. Presidente da Rural entre 1978 e 1984, o empresário Renato Ticoulat Filho, também ligado à Associação Comercial de São Paulo, defende que a transferência de renda do campo para as cidades está intrinsicamente ligada ao desenvolvimento brasileiro. “Com a mesma rapidez da migração do campo para a cidade, também temos a migração da riqueza criada lá para os cofres do governo”, afirmou.
No entanto, entre 1987 e 1989, as aplicações do governo na agricultura foram reduzidas em 46%, as verbas destinadas a programas de abastecimento encolheram 78% e o crédito agrícola foi enxugado em 38%, de US$ 31,8 bilhões para US$ 20,5 bilhões. “A agricultura sempre esteve no epicentro dos problemas das políticas econômicas, porque os planos sempre foram baseados na transferência de renda do nosso setor para a sociedade”, declarou o presidente da Rural entre 1984 e 1987, Flávio Teles de Menezes: “Presente nas crises, nunca conseguimos esclarecer à população o suficiente sobre o nosso papel”. Na Assembleia Nacional Constituinte de 1988, em que se formou a Frente Parlamentar da Agropecuária, a Rural defendeu a visão de que a função da terra é produzir para abastecer a sociedade:
“Foi a defesa da agricultura e de seus marcos regulatórios, e não somente da propriedade. A SRB não discutiu a função social da terra, mas sim protegeu a sua função econômica, promoveu a discussão da propriedade produtiva”.
Em 1990, criou-se a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os anos seguintes foram marcados pela internacionalização dos temas da Rural, passando pela criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 1991, e pelos Acordos sobre Agricultura e Sanitário da Organização Mundial do Comércio (OMC), que foi criada em 1995. “Para o futuro, a Sociedade Rural Brasileira deve continuar a antecipar os fatos e pensar na agricultura com a flexibilidade e independência de uma associação de adesão voluntária”, declarou Pedro de Camargo Neto, presidente da entidade entre 1990 e 1993.
Na gestão de Roberto Rodrigues (1994-1996), que mais tarde seria ministro da Agricultura, a Rural apoiou o Plano Real. O período também foi marcado pela consolidação da entidade na difusão de tecnologias do setor, inclusive com a realização da primeira Agrishow, hoje a maior feira do agronegócio brasileiro, em Ribeirão Preto. Seu sucessor, Luiz Marcos Suplicy Hafers (1997-2002), que viria a falecer em 2016, foi um dos presidentes de maior prestígio da SRB. “O papel nas discussões nacionais da agricultura, e não somente da classe de produtores, mostra que a SRB pensa o Brasil”, declarou Hafers.
O agronegócio correspondia a 11% do PIB brasileiro na passagem para os anos 2000, e crescia numa média superior (3% ao ano) à dos outros setores. O setor empregava 15% da mão de obra. Com um mercado internacional favorável, baseado em expansão de demanda e valorização das commodities, as exportações brasileiras, que vinham crescendo numa média de 4,6% ao ano, passaram a crescer num ritmo de 10,2% entre 2004 e 2013. A produtividade do campo aumentou 73% entre 2000 e 2010. Presidente da Rural entre 2003 e 2008, João de Almeida Sampaio Filho declarou:
“Era o início do governo Lula, cujo partido de apoio, historicamente, se posicionava contra as ideias da SRB, que pregava um modelo diferente. Em contrapartida, havia um ministro da agricultura [Roberto Rodrigues, ex-presidente da Rural] afinado com as ideias do agronegócio”.
Durante sua gestão, Sampaio se aproximou da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única) e da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Ao fim do seu mandato, em 2008, iniciavam-se no Congresso Nacional as discussões pela reforma do Código Florestal Brasileiro.
2009-2020
O produtor Cesário Ramalho da Silva assumiu, então, a presidência da Rural. Com uma gestão baseada no debate pela conciliação entre produção agropecuária e preservação ambiental, Cesário participou da criação do Global Agribusiness Forum (GAF), um dos principais congressos do setor. O dirigente também colocou a entidade à frente do Instituto Pensar Agro (IPA), think tank do agronegócio criado em 2007 pela Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), em Brasília. No período, a SRB protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando alguns pontos do novo Código Florestal e estreitou laços com parlamentares para unificar o discurso do setor.
Durante sua gestão, Cesário focou em temas como infraestrutura e logística, segurança sanitária, seguro rural, crédito agrícola, câmbio e carga tributária, participando ativamente das reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) e das Conferências para o Clima da ONU (COP):
“Sejamos claros: o agronegócio deu mais ao País do que o Estado foi capaz de retribuir e a sociedade de compreender.”
No mandato seguinte, de Gustavo Diniz Junqueira, a SRB passou a dar especial atenção à presença do Brasil no mercado internacional e nos fóruns mundiais de discussão. Em 2015, a entidade entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão que veta a venda de terras para investidores estrangeiros. Na ocasião, Junqueira destacou a necessidade do País adotar medidas que pudessem tornar o Brasil uma das principais rotas desses investimentos. A estratégia era estimular o debate no setor rural e outros segmentos da economia com o Governo Federal, buscando a retomada do crescimento econômico do País.
Junqueira se destacou como a primeira liderança do agronegócio a apoiar publicamente o impeachment da então presidente Dilma Rousseff por irregularidades administrativas. O representante Defendeu o papel do Brasil como a principal potência para a segurança alimentar do mundo e buscou maior aproximação com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex-Brasil), os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, para costurar acordos de cooperação técnica com instituições brasileiras e internacionais, visando dar maior visibilidade a projetos que conciliam produção agrícola e preservação ambiental. Nesse contexto, Junqueira também pautou discussões importantes para a sociedade brasileira nos próximos anos, como a implementação do novo Código Florestal.
“Nos últimos anos, a Sociedade Rural Brasileira avançou no território da liderança compartilhada. Jovens dirigentes, antes distantes do debate político, engajaram-se na formulação dos programas e na ampliação da plataforma, para trazer às tradicionais lideranças novos aspectos relevantes para o futuro do agro, dialogar e construir pontes para uma nova convivência.”
A cooperação entre os setores agropecuário e ambiental marca o período mais recente da história da SRB. Em 2015, a entidade aderiu ao movimento Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que deu protagonismo ao agro brasileiro durante a Conferência do Clima (COP21), em Paris. Em dezembro de 2016, a SRB lançou uma proposta de regulamentação da Cota de Reserva Ambiental (CRA), instituída pelo Código Florestal, propondo a venda de excedentes de áreas preservadas a produtores que precisam regularizar seus déficits de Reserva Legal.
Nos últimos anos, a entidade se aproximou de alguns dos principais players do agronegócio e das instituições financeiras, reestruturou a estratégia de comunicação e o relacionamento com a imprensa, aproximando-se de um público mais amplo e formador de opinião nos grandes centros urbanos. Além disso, com a criação do Comitê de Liderança e Juventude (CLJ), mobilizou novas gerações de produtores no processo de modernização do agro.
Entre 2017 e 2019, no mandato de Marcelo Weyland Barbosa Vieira, a SRB priorizou pautas pela defesa do produtor rural como elemento-chave para transformar o País no maior supridor de alimentos do planeta. O dirigente, empresário rural e produtor no sul de Minas Gerais, incentivou debates pela redução do custo Brasil e do excesso de regulação e burocracia no agronegócio nacional.
Ciente da complexa situação tributária do País, posicionou a entidade como oposição à cobrança do Funrural e do FETAHB, e como porta-voz em debates contra o fim da Lei Kandir, sobre a reformulação do Imposto Territorial Rural (ITR) e a favor da Reforma Trabalhista. Conduziu ainda a SRB em ações no Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do Código Florestal, contra a tributação de exportações indiretas, pelo direito ao manejo de javalis e contra o FETHAB, do Estado de Mato Grosso.
Atuou diretamente para a implementação do novo Código Florestal, visando a ampliação do crédito de carbono e do REDD+, criado para recompensar financeiramente países em desenvolvimento pela redução de emissões de gases de efeito estufa, e a defesa do manejo florestal. Posicionou-se a do licenciamento ambiental simplificado e do registro de novas tecnologias de defensivos agrícolas para assegurar mais inovação no campo.
Defendeu os Programas de Regularização Ambiental (PRAs), que deram início a uma nova fase de implementação do Código Floresta, e a regulamentação das Cotas de Reserva Ambiental (CRA), medida criada para reduzir a burocracia e tornar mais ágil a adequação dos produtores rurais à legislação ambiental. Também apoiou o Projeto de Lei que instituiu a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), um passo importante para a preservação das florestas brasileiras e para o reconhecimento do produtor rural como protagonista das ações de sustentabilidade no País.
“Priorizamos a promoção da imagem internacional da produção brasileira e o acesso aos principais mercados em parceria com a APEX-Brasil e com o Ministério da Agricultura pelo programa Pam Agro. Em viagens a países como Bélgica e Alemanha, articulamos uma agenda de cooperação com associações de produtores do continente para avançar na assinatura do acordo Mercosul-União Europeia. Além disso, apoiamos para que investimentos internacionais fossem também em imóveis rurais”
Em parceria com a Política Militar Ambiental, organizou debates em diversas cidades do interior de São Paulo sobre estratégias para ampliação da segurança pública no campo. Defendeu o aprimoramento da estrutura de formação de trabalhadores do agro para modernizar os modelos de produção, envolvendo novas tecnologias e com uma gestão eficiente.
Com a transição para o governo de Jair Bolsonaro na Presidência da República, em 2018, Vieira aproxima ainda mais a entidade dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura. Defendeu a necessidade de reformas previdenciárias e tributárias como condicionantes para o desenvolvimento do setor.
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