O Brasil deve colher uma safra de 270,2 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas na safra 2021/2022. É o que mostra o levantamento de maio divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um aumento de 5,7% sobre a safra anterior e mostra uma leve alta, de 850 mil de toneladas, em relação à estimativa feita no mês de abril. A mudança se deve principalmente ao incremento na área plantada com milho segunda safra, além do melhor desenvolvimento de lavouras de soja, milho e arroz.

Apesar dos recentes problemas com falta de chuva na região Centro-Oeste do Brasil, o levantamento da Conab segue mostrando números otimistas para o milho. A produção total de milho, incluindo as três safras que o Brasil cultiva, foi estimada em 114,58 milhões de toneladas. O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, afirmou que a janela mais alongada para plantio da segunda safra somada às condições de mercado favoreceram o crescimento de área do cereal, inclusive com o plantio tardio em algumas áreas, com produtores interessados em aproveitar o bom momento de rentabilidade para milho.

“A atual safra não irá atingir a produtividade potencial, mas ainda tende a ser uma boa produção principalmente pelas lavouras implantadas mais cedo. No entanto, ainda precisamos ter atenção com o desenvolvimento da cultura. A maior parte do milho semeado se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima é preponderante. Para Mato Grosso e Goiás há uma tendência de déficit hídrico. Já em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a maior preocupação é com o risco de geadas”, pondera o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.

No relatório da Conab, a safra de soja foi estimada em 123,8 milhões de toneladas, redução de 10,4% em relação à safra anterior. No caso do arroz, a colheita atinge 91% da área. A expectativa da Conab é que o Brasil produza 10,7 milhões de toneladas, queda de 9,1% em relação ao volume produzido na safra passada. A redução registrada para estes grãos neste ciclo é explicada pela estiagem registrada nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul entre o fim de 2021 e início deste ano.