A declaração do presidente da Apex, Jorge Viana, em missão diplomática na China, que associou o agro brasileiro ao desmatamento ilegal, sobretudo na Amazônia, demonstra total desconhecimento acerca da realidade da produção agropecuária nacional, diz o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho.
O agro brasileiro se tornou o maior negócio do Brasil exatamente porque cresceu por meio de ganhos de produtividade, usando menos terra para produzir mais, fazendo mais com menos, culminando em um modelo de produção único e sustentável, que assegura o abastecimento interno e gera contínuos excedentes exportáveis.
Ancorado em boas práticas agrícolas, como plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, integração-lavoura-pecuária-floresta, pecuária baseada a pasto, entre outros formatos de manejo e tecnologias, o agro brasileiro poupa terra, usa os recursos naturais de modo mais racional, promove o sequestro de carbono entre outras entregas de caráter ambiental em consonância com o resultado econômico.
Números da Embrapa, por exemplo, destacam que o Brasil tem cerca de 66% de vegetação nativa preservada ou protegida, com cerca de 20% deste percentual alocado dentro das propriedades rurais. Além disso, os produtores rurais estão sob o guarda-chuva do Código Florestal, legislação ambiental rígida, que não encontra paralelo no mundo.
Somos contrários a qualquer ação ilegal. O produtor rural é moderno, profissional e responsável. Desta forma, lamentamos a declaração do presidente da Apex, órgão do governo, aliás, responsável direto pela promoção comercial dos produtos brasileiros no exterior. Foi um verdadeiro gol contra, que demanda reprimenda do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), ao qual a Apex é vinculada.