Apesar dos problemas climáticos em algumas regiões, a safra brasileira de grãos 2021/2022 deverá ser recorde, atingindo 271,3 milhões de toneladas, alta de 6,2% sobre a temporada anterior. É o que indica o 9º levantamento da atual safra divulgado nesta quarta-feira (8/6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume ficou levemente acima das projeções feitas no mês de maio, quando a safra foi estimada em 270,2 milhões de toneladas.
O recorde poderia ser bem maior já que em outubro do ano passado a Conab previa uma produção de 288,6 milhões de toneladas. Porém, os longos períodos de estiagem na região Sul e em parte de Mato Grosso do Sul comprometeram a produção de soja, que este ano ficará abaixo da safra 2020/2021. A Conab estima que a colheita da soja, já em fase final, totalize uma produção de 124,5 milhões de toneladas, queda de 10.1% em relação à safra anterior.
“Mesmo com todas as dificuldades climáticas que enfrentamos, a gente observa que uma boa produção de milho na segunda safra deve recuperar em parte o que se perdeu na soja, mas a alta nos custos de produção e os desafios do crédito rural seguem no nosso radar, são questões fundamentais para que se possa continuar avançando na produção agropecuária de forma sustentável”, destacou a presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teresa Vendramini.
Um dos destaques da atual temporada, segundo a Conab, é a recuperação de 32,3% na produção total de milho. Com uma produção estável na 1ª safra do cereal, próxima a 24,8 milhões de toneladas, a 2ª safra do grão tende a registrar uma elevação de aproximadamente 45% se comparada com o ciclo anterior, passando de 60,7 milhões de toneladas para 88 milhões de toneladas. “No entanto, ainda precisamos acompanhar o desenvolvimento das lavouras, principalmente nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Nesses locais, a cultura se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima exerce grande influência no resultado final. Considerando a segunda safra, cerca de 25,5% do milho do país ainda está sob influência do clima”, explicou o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Assim como no caso do milho, o clima frio não trouxe grande impacto na produção total para o algodão. Só para a pluma, é esperada uma colheita de 2,81 milhões de toneladas, aumento de 19,3% quando comparado com o ciclo 2020/21. Já para o feijão, as baixas temperaturas impactaram as produtividades das lavouras de 2ª safra da leguminosa. Destaque para a influência na variedade cores e preto, com redução na produtividade de 31,8% e 19,7%, respectivamente.